Toque Terapêutico
Quais foram seus últimos contatos físicos com outras pessoas?
Sejam carinhos, olhares, abraços, uma massagem no pé, um aperto de mão, não importa.
Você sente que a quantidade e a qualidade desse contatos foram 'suficientes'? Você se considera preenchido de afeto pelos toques que deu e recebeu até hoje?
Você se lembra de uma abraço que quis dar e não deu, ou um olhar que escondeu, ou outro conTato com alguém que de alguma forma se afeiçoava, mas tinha outras obrigações ou desculpas (internas ou externas) que o impediram de concretizá-lo?
Tais privações, com certeza, não acontecerem uma, duas ou apenas algumas vezes em sua vida. Na nossa sociedade, podemos observar que os contatos físicos não ocorrem com muita frequência, ficam restritos a alguns tipos de gestos e a algumas pessoas.
Mas por que nos limitamos tanto com relação ao contato físico?
Consciência social. Nossa sociedade inibe as manifestações de amor e, em consequência, os contatos físicos.
Você não acha irônico que façamos mais carinho aos animais de estimação, que já se tocam e se lambem, do que a nós mesmos, ou mesmo as pessoas mais próximas? Os animais lambem e acariciam seus filhotes quando eles se machucam, enquanto muitos pais apenas dizem "Não chore", fazendo-lhes um curativo em seguida.
De certa forma, nos últimos tempos tem crescido o contato físico entre pais e filhos, no entanto, este contato é quase exclusivo à bebês e crianças, até chegar na pré adolescência este contato já quase não existe, se tornando minimo ao entrar na idade adulta.
Nem sempre percebemos ou assumimos, mas é fácil lembrar o quanto o toque pode ser significativo, como por exemplo quando alguém que esteja passando por uma situação difícil, um abraço pode ser mais confortador do que todas as palavras de apoio que conseguíssemos expressar. Quando nos machucamos levamos nossa mão até o local; quando seu filho diz que se sente mal, você instintivamente o abraça; se o bebê está doente, você o pega no colo e o embala; quando alguém próximo te fala que está passando por um momento difícil, você dá uns tapinhas na costas como forma de motivá-lo.
Por meio do contato físico demonstramos compaixão e compreensão; além disso, instintivamente, utilizamos o contato físico também com o objetivo de transferir nossas energias saudáveis aos entes amados que se encontram em sofrimento físico ou emocional.
Consciente ou inconscientemente, o contato físico transmite amor, e pode desencadear alterações metabólicas e químicas, pela liberação de hormônios como a oxitoxina, também conhecida como hormônio de amor, e a endorfina, que alivia a dor e proporciona a sensação de prazer e bem-estar ao nosso organismo, auxiliando no aumento da imunidade e no processo de cura de diversas enfermidades.
Abaixo, estão citadas outras pesquisas relatadas no livro O Poder do Toque, de Phyllis K. Davis, relacionadas ao poder do Toque Terapêutico.
- Médicos descobriram que os batimentos cardíacos se alternam quando as pessoas são tocadas e que segurar a mão de pacientes em coma profundo ou mesmo paralisadas provoca reações cardiovasculares significativas.
- O corpo médico do Instituto Shriners Burn garante que o contato físico atua como importante antidepressivo, podendo muito bem ajudar na produção de endorfina. No caso dos pacientes queimados, às vezes o contato físico é o único tratamento. De nada valem todos os remédios do mundo se o paciente não tem vontade de viver. Os profissionais médicos afirmam que o contato físico é um dos aspectos mais importantes da reabilitação, seja no caso de uma enfermidade aguda ou de uma queimadura grave. Uma supervisora de enfermagem conta que às vezes afaga a única parte que não foi queimada do corpo de um paciente, a fim de lhe estimular a vontade de viver. Em certos casos, trata-se apenas da sola dos pés ou do topo da cabeça. Ao tocarmos ou segurarmos a mão do paciente, contribuímos para tranquilizá-lo, para que relaxe e, lhe encorajamos o espírito, de modo que seu corpo reaja e sua dor diminua.
- Dizem que muitas doenças, em especial a dores de cabeça crônicas, poderiam ser uma maneira de a pessoa pedir, inconscientemente, pedir amor, quando não pode faze-lo diretamente. O Sr. David Bresler, diretor da Universidade de Controle da Dor da Universidade de Califórnia, em Los Angeles (UCLA), sugere os abraços como remédio para as dores de cabeça. A medida funciona também com outros tipos de dor, reduzindo o incômodo da artrite e promovendo a estabilidade circulatório e emocional para diabéticos.
- Os casais são parceiros de massagem em potencial, caso ambos os cônjuges estejam dispostos. Karen e Jack, um casal na qual a autora prestou aconselhamento, apresentavam os seguintes problemas de saúde: ele sofria de insônia havia quinze anos e já experimentara de todos os remédios disponíveis; ela apresentava neurodermatite. Ambos concordaram em realizar contatos físico durante quinze minutos todas as noites antes de dormir. Foi elaborado um ritual específico onde eles conduziriam o contato não sexual. Decorridas poucas semanas, a insônia dele se atenuou e a pele dela começou a sarar. Eles revelaram tambem que sentiam-se mais próximos um do outro e que sua vida sexual voltou a ser maravilhosa.
- Medalie e Goldbourt estudaram 10 mil homens, a fim que determinar o impacto de vários fatores de risco na frequência da angina. Os pesquisadores descobriram, surpresos, que os homens com forte ansiedade cujas esposas proporcionavam afeto e apoio apresentavam uma taxa de angina (dor) 50% menor do que aqueles que se sentiam desprezados e desamparados.
Através do contato físico pode-se provocar a motivação para diminuir o medo, a frustração e a sensação de desamparo. O simples fato se aceitar alguém pelo que é, em seu corpo, e dele tratar fisicamente por meio de toques e massagens pode fazer maravilhas pela auto-aceitação de uma pessoa.
Assim como fomos condicionados a não tocar, ou para achar que precisamos ser felizes exclusivamente sozinhos, a "Geração da Autonomia", além de diversas feridas que carregamos por toques ofensivos ou rejeitosos. Nossos corpos falam por sim, com um aumento cada vez maior de 'doenças' como Estresse, Ansiedade e Depressão, é importante demonstrarmos ao nosso corpo O QUE É RELAXAMENTO, este que é um dos mais importantes benefícios da massagem. Trata-se de um recondicionamento do corpo-mente a reagir ao contato físico não com tensão, mas sim com relaxamento. Além de ativar a circulação sanguínea, auxiliando na eliminação de toxinas, ampliando a sensação de energia e bem-estar em geral.
"O mais importante é que a massagem constitui uma experiência de estimulação tátil maciça e pode aliviar a ânsia por pele, bem como remediar a carência por contato físico. A massagem pode ser uma experiência acalentadora, sensorial. Durante o processo, muitos descobrem tensões inconsciêntes, liberam emoções reprimidas, relembram acontecimentos, além de experimentas novas e agradaveis sensações."
Por isso tudo e muito mais, não economize carinho ou outros tipos de troca de afeto, e se você tiver dificuldade em dar e/ou receber, considere buscar o auxilio de um/a terapeuta, pois, o ser humano é um ser social, e se o isolamento (ainda que junto com outras pessoas) te dói, é sinal que pode estar faltando conTato.
Esse texto foi escrito por Iara Ramirez, inspirado e com citações do livro O Poder do Toque, de Phyllis K. Davis.
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